A cirurgia ortognática é um procedimento cirúrgico altamente especializado que tem como objetivo corrigir deformidades faciais e problemas de oclusão dentária. Essa intervenção, realizada por cirurgiões bucomaxilofaciais, é uma solução eficaz para uma série de condições que afetam não apenas a estética facial, mas também a função mastigatória, a fala e, em alguns casos, a respiração.

Principais Objetivos da Cirurgia Ortognática

A cirurgia ortognática visa alcançar diversos objetivos essenciais para a saúde e o bem-estar do paciente:

  • Correção da Oclusão: Problemas na oclusão relacionados a desequilíbrios esqueléticos podem ser corrigidos com a cirurgia, como a mordida aberta, a mordida cruzada, a sobremordida e a sobremordida profunda. Essas condições podem causar desconforto e dificuldades funcionais.
  • Melhora da Estética Facial: Além de restaurar a função, a cirurgia ortognática visa aprimorar a harmonia facial e o perfil do paciente, melhorando sua autoestima e confiança.
  • Alinhamento dos Maxilares: A cirurgia reposiciona o maxilar superior, o maxilar inferior ou ambos, corrigindo assimetrias faciais e desalinhamentos dentários.
  • Resolução de Problemas Respiratórios: Em casos em que a estrutura facial afeta as vias aéreas superiores, a cirurgia ortognática pode melhorar a respiração.
  • Melhora na Função Mastigatória e na Fala: Problemas de oclusão severos podem prejudicar a mastigação e a fala, e a cirurgia ortognática pode restaurar essas funções.

Classificação das deformidades dentofaciais

É fundamental compreender as diferentes condições que podem ser tratadas com a cirurgia ortognática. Essas classificações ajudam os cirurgiões bucomaxilofaciais a identificar o tipo de deformidade e planejar o tratamento adequado. Essas são algumas das categorias mais comuns:

  • Classe I: Também conhecida como maloclusão de Classe I, essa categoria é caracterizada por uma relação normal entre o maxilar superior e o maxilar inferior, mas com desalinhamentos dentários, como apinhamento ou diastemas.
  • Classe II: A maloclusão de Classe II envolve uma protrusão do maxilar superior em relação ao maxilar inferior, criando um perfil facial mais proeminente. Isso pode resultar em uma sobremordida, onde os dentes superiores cobrem demais os dentes inferiores.
  • Classe III: A maloclusão de Classe III é o oposto da Classe II, com o maxilar inferior projetado à frente do maxilar superior. Isso pode levar a uma mordida cruzada anterior, onde os dentes inferiores se sobrepõem aos dentes superiores.
  • Assimetrias Faciais: Algumas deformidades dentofaciais envolvem assimetrias na estrutura facial, onde um lado do rosto é maior ou mais projetado que o outro. Isso pode afetar a estética e a função.
  • Mordida Aberta: Na mordida aberta, há um espaço entre os dentes superiores e inferiores quando a boca está fechada. Isso pode causar problemas na mastigação e na fala.
  • Mordida Cruzada: Uma mordida cruzada ocorre quando os dentes superiores se encaixam atrás dos dentes inferiores, ao contrário do posicionamento normal.
  • Sobremordida e Sobremordida Profunda: A sobremordida é caracterizada por uma sobreposição excessiva dos dentes superiores sobre os dentes inferiores. Na sobremordida profunda, essa sobreposição é acentuada.
  • Desvio da Linha Média: Quando a linha média dos dentes superiores não se alinha adequadamente com a linha média dos dentes inferiores, ocorre um desvio da linha média.
  • Problemas de Crescimento Maxilofacial: Alguns pacientes podem apresentar crescimento excessivo ou insuficiente do maxilar superior ou inferior, levando a deformidades faciais.

É importante destacar que a classificação dessas deformidades dentofaciais pode variar de acordo com diferentes sistemas de classificação. Cada sistema pode ter suas próprias categorias e critérios de classificação.

A Importância da Fisioterapia no Planejamento da Cirurgia Ortognática

A fisioterapia desempenha um papel fundamental no sucesso da cirurgia ortognática. Antes da cirurgia, os fisioterapeutas ajudam os pacientes a preparar os músculos faciais e a articulação temporomandibular (ATM) para o procedimento. Também são avaliadas queixas e funções dessa região, visando minimizar o tempo de recuperação, complicações e desconforto no pós-operatório.

Após a cirurgia, os fisioterapeutas continuam a desempenhar um papel crucial no processo de recuperação. Eles auxiliam os pacientes na reabilitação da função mastigatória, na redução do inchaço e na minimização da dor. Além disso, técnicas específicas são frequentemente usadas para restaurar a mobilidade e a funcionalidade da mandíbula após a intervenção.

Em resumo, a fisioterapia é uma parte integral do planejamento e do cuidado pré e pós-cirúrgico da cirurgia ortognática. Ela desempenha um papel essencial na otimização dos resultados e na garantia de uma recuperação suave e eficaz para os pacientes que passam por esse procedimento transformador.


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Graduada em Fisioterapia pelo Instituto Brasileiro de Medicina e Reabilitação, realizou MBA em Fisioterapia Traumato-Ortopédica e Fisioterapia Esportiva. Ainda possui especialização na área de Dor Orofacial e Disfunção Temporomandibular. Cursa o 1º ano da formação de Osteopatia pelo Instituto Docusse de Osteopatia e Terapia Manual (IDOT). É instrutora de Pilates por amor à terapia através do movimento. Rio de Janeiro - RJ


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